domingo, 25 de maio de 2014

Não, fazer a bombinha chorando NÃO é melhor.

Esse é um problema frequente em crianças pequenas. Tem muita gente que pensa que fazer bombinha (ou nebulização) com a criança chorando é melhor. Na verdade, não é. Às vezes isso representa um consolo para os pais: "Ela briga para fazer o remédio, mas é bom porque a medicação entra mais." Infelizmente, não é assim.

O que acontece no choro? O choro é composto de um processo longo de expiração (ar saindo dos pulmões) seguido por um período curto de inspiração (ar entrando nos pulmões). Não é difícil entender que a medicação só chega aos pulmões durante a inspiração. Mas, mais do que isso, essa inalação tem que ser calma, tranquila. Se ela é feita de forma rápida ou forçada, as partículas da medicação se depositam na boca ou na garganta e não chegam à via área mais inferior, onde elas devem atuar.

Vale lembrar que a criança que chora normalmente está agitada. Assim, é difícil fixar a máscara no rosto dela. Isso também prejudica a eficácia do tratamento, já que pode haver escape do remédio para o ambiente. Além disso, sem um bom selo entre a máscara e o rosto, a válvula dos espaçadores comerciais não funcionam adequadamente, o que contribui para a ineficiência da terapia.

O que fazer, então? Bom, em primeiro lugar, é importante dizer que a maioria das crianças passam a aceitar o uso da bombinha com espaçador com o tempo. Enquanto isso não acontece, o ideal é esperar a criança se acalmar, mesmo que isso retarde um pouco a administração do remédio. Uma outra alternativa é fazer enquanto a criança dorme.



Fonte: Rubin, BK. The delivery of inhaled medication to the young child. Pediatr Clin N Am 50 (2003) 717-731. Whittington Health NHS: Using a spacer device with your child.